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Qual das linhas pedagógicas é a ideal para a sua escola?

06.Linhas pedagogicas

Uma pergunta bastante comum quando a gente pensa no trabalho escolar, é “qual é a linha pedagógica desta escola?” Mas você já parou para pensar no que isso realmente quer dizer? Será que é possível pensar em uma única linha que define o jeito de cada escola pensar, aprender e ensinar? Existe uma linha melhor do que a outra? Qual delas traz o aprendizado mais eficaz?

Debater sobre as diferentes linhas pedagógicas que existem pode ser fascinante e, ao mesmo tempo, muito complexo. De um modo geral, as linhas pedagógicas são metodologias que desenvolvem os processos de ensino-aprendizagem de estudantes nas diferentes fases da educação.

Tudo isso traz uma série de práticas que se baseiam em princípios, que com o passar do tempo e das evoluções sociais, se modificam e ganham novos aspectos. Estamos falando, de fato, das Ciências Humanas!

E você sabe a importância em se escolher uma linha pedagógica? Na verdade, isso ajuda a firmar a cultura, a filosofia e a identidade da sua escola. Com essa linha determinada, é mais fácil entender a comunidade que a cerca e como a instituição pode apoiá-la por meio de práticas efetivas para estudantes e famílias.

E tem mais um ponto muito importante: a linha pedagógica é a base do trabalho de professores, coordenadores e gestores. Ou seja, é algo fundamental para contar a história da sua escola.

Hoje, diferentes Sistemas de Ensino abraçam diversas linhas pedagógicas, oferecendo uma infinidade de possibilidades de trabalho para que a escola possa focar naquilo que realmente importa: desenvolver as potencialidades de seus estudantes, impulsionando cada rumo a uma educação de excelência.

Talvez você já conheça algumas metodologias de ensino, como a Montessoriana, a Freiriana ou a Democrática, mas aqui, escolhemos focar nas mais conhecidas e praticadas atualmente. Confira abaixo!

Linha Construtivista

Vamos começar por uma das mais conhecidas e celebradas linhas pedagógicas! O Construtivismo baseia-se nos estudos do biólogo, epistemólogo e psicólogo Jean Piaget, assim como sua atenção às fases do desenvolvimento humano. Suas ideias abriram caminhos para que seus discípulos, como Emília Ferreiro, ampliassem seus estudos, criando ainda mais possibilidades para uma alfabetização significativa.

De acordo com a linha piagetiana, a cada fase do desenvolvimento, o ser humano é capaz de ampliar suas habilidades e competências, construindo mais conhecimentos. O aprendizado é mediado por professores que permitem que estudantes reflitam e experimentem esses conhecimentos, para que o conteúdo seja fixado de acordo com a faixa etária e possibilidades de pensamentos.

Hoje, também falamos muito sobre Vygotsky e do Sócio-Interacionismo. Lev Vygotsky foi um psicólogo, que desenvolveu o pensamento de maturação e construção social do conhecimento. Assim, a aprendizagem acontece por meio dos pares e da mediação de professores, que apresentam aos estudantes, conceitos científicos ou do senso comum para que sejam maturados de acordo com as experiências individuais.

Segundo o consultor pedagógico Éder Vilela, que possui mais de 10 anos de experiência em escolas de idiomas, essa segunda teoria é justamente a mais usada para o ensino de línguas estrangeiras com foco na conversação, por exemplo.

“O uso de pares para compartilhar opiniões e construções lexicais é ótima para criar confiança além de gerar relacionamento, uma das bases da sociedade”, diz ele.

Na verdade, as duas linhas entendem o estudante como um ser ativo, potente, curioso e pensante, capaz de criar e testar hipóteses sobre o conhecimento e o mundo à sua volta, colocando-o como centro do processo educativo.

Linha Waldorf

A Pedagogia Waldorf é amparada pela Antroposofia e foi proposta pelo educador, filósofo e artista Rudolf Steiner. Sua principal característica é colocar o ser humano em diferentes pilares: Físico, Alma e Espírito. A prática desta linha tenta equilibrar a busca por informações, a maturidade cognitiva e emocional e o desenvolvimento de habilidades que permitem mais autonomia e sentido à própria vida.

O trabalho respeita períodos de 7 anos e oferece aos estudantes experiências de aprendizagem que trabalham os objetos de conhecimento juntamente com o agir e o sentir.

Linha “Tradicional” ou Conteudista

Uma das formas mais antigas de pensar sobre o compartilhamento de conhecimentos acadêmicos vem do Iluminismo, que valorizava o pensamento racional e científico, acreditando que o conhecimento poderia “salvar” a humanidade das dificuldades.

O foco da linha Conteudista é universalizar o conhecimento, e por isso, a busca pela prática e o aprimoramento do estudante, é uma experiência de aprendizagem super importante.

Essa linha é muito criticada porque não aceita muitas inovações e o foco é no professor como centro do conhecimento. No entanto, é fundamental dizer aqui que é possível flexibilizar as práticas educativas, mantendo o viés de solidificar o conhecimento acadêmico e científico.

O mundo VUCA e a escola

Com todas essas metodologias em mente, é preciso falar sobre o tal mundo VUCA. Será que você já se deparou com este termo por aí?

O termo VUCA vem de Volatility, Uncertainty, Complexity and Ambiguity (Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade), e foi utilizado pela primeira vez em 1987 por Warren Bennis e Bert Nanus. Naquela época, o mundo estava saindo da Guerra Fria e apresentava uma realidade instável, formada por vários elementos e aspectos.

Em 2008, esse termo voltou aos holofotes devido à crise econômica global. O ambiente comercial falava muito sobre este conceito já que a falta de previsibilidade que as empresas enfrentavam era gigante. O fato é: o cenário muda rapidamente, portanto é preciso buscar soluções de forma ágil, o que exige uma nova postura inovadora dos gestores.

Aqui, estamos falando de conhecimentos mais voltados à liderança e às estratégias de organizações, mas precisamos olhar para o mundo de uma forma muito mais fluida e cheia de possibilidades, ou seja, saindo das nossas bolhas.

E como isso se conecta às linhas que falamos até agora? Basta pensar que ao escolher uma das linhas para sua escola, é preciso reconhecer as possibilidades de mudança e a volatilidade das respostas que vão surgir.

Um exemplo muito prático e recente, é olharmos para 2020, quando as escolas precisaram se reinventar para manter o processo de ensino com os estudantes. Você já pensou em quantas surpresas e outros imprevistos podem aparecer no desenvolvimento de um processo pedagógico?

É importante reconhecer as complexidades da escola e da comunidade para abraçá-la também em seus processos, sem, no entanto, deixar ninguém para trás.

Tathy Morselli Auriema

Consultoria de Soluções Educacionais

Departamento Pedagógico de Expansão Pearson Brasil

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